sábado, 31 de julho de 2021

Qual a importância do Neuropediatra e do Psiquiatra Infantil para o diagnóstico do autismo?

 

Olá! 

Quando se começa a investigação do Autismo, é necessário que a criança seja avaliada por um Neuropediatra ou por um Psiquiatra Infantil, pois esses são os únicos profissionais que podem chegar a um diagnóstico. Muitas vezes, o diagnóstico não é fechado na primeira consulta e isso pode frustrar muitos pais, mas não desanime: é super normal!

O neuropediatra é especialista em desenvolvimento neurológico das crianças, em alguns casos é necessário a realização de exames neurológicos para descartar outros problemas. Lembrando que essa especialidade também é procurada para tratar outros problemas: sono da criança, problemas no aprendizado, déficit de atenção, hiperatividade, entre outros.

Já o psiquiatra infantil, é responsável identificar alterações provindas de conflitos, medos e até mesmo traumas. Esse especialista, assim como o neuropediatra, também pode fechar o diagnóstico de autismo e/ou outros transtornos.

Lembrando que para se chegar a um diagnóstico, o profissional precisa ter acesso a relatórios de psicólogos, fonoaudiólogos ou outros terapeutas que estejam acompanhando a criança e também relatórios da escola, pois os professores também podem ajudar na conclusão desse diagnóstico. Basta você pedir com umas duas semanas de antecedência aos profissionais de saúde (terapeutas) ou na secretaria da escola ou creche.

Caso você não tenha esses relatórios, não tem problema. O neuropediatra ou o psiquiatra infantil, vão encaminhar a criança para essas terapias e é de extrema importância que a criança vá a essas sessões, pois são através delas que os profissionais vão comprovar ou descartar o autismo (lembrando que existem outras coisas que podem ser confundidos com o autismo).


sábado, 20 de fevereiro de 2021

Em busca de um diagnóstico

 Essa semana publiquei no Instagram, como foi a nossa trajetória em busca do diagnóstico do Lorenzo, da suspeita até os nossos dias atuais.

Bem, antes eu gostaria de dizer que minha gravidez foi muito tranquila: não tive enjoos, dores de cabeça, cólicas, sangramentos, diabetes gestacional, nada. Eu só comecei a acreditar que estava grávida quando ouvi o coração dele pela primeira vez, com 7 semanas (quase 8). Eu tomei acido fólico, as vitaminas da gravidez, fazia meu pré-natal regularmente, assim como os exames e vacinas. Isso quer dizer que você pode ter uma gestação saudável e mesmo assim, seu filho pode nascer com autismo. A culpa não é sua, mãe.


Quando Lorenzo tinha 3 meses, em Abril,vi uma reportagem sobre o mês de conscientização do autismo. Nessa reportagem, uma psicologa falava sobre as principais características do autismo e uma delas, era que durante a amamentação, a criança não olhava nos olhos da mãe. Me lembro que nesse momento, Lorenzo estava mamando. Foi quando reparei que ele não me olhava. Imaginei que era coisa da minha cabeça e deixei pra lá. 

Passou meses, Lorenzo começou a andar mas não falava, não dava tchau, beijo, não apontava. Meu alerta sempre ficava ligado, pois sempre me lembrava da amamentação. Pouco tempo depois, na festinha de 1 ano dele, reparei que ele não interagia com outras crianças, na verdade, era como se elas nem estivessem ali.


Passou mais um tempo, Lorenzo começou com esteriotipias: ele balançava muito as mãozinhas quando estava feliz, eu não entendia o porquê dele fazer isso, mas não o reprimia. Imaginava que era o jeito dele de mostrar que estava feliz.

Quando ele completou 1 ano e 6 meses, levei ele a uma pediatra e falei sobre as coisas que Lorenzo fazia e não fazia e também sobre o atraso na fala. A pediatra não me disse o que podia ser, mas sugeriu que Lorenzo começasse fonoterapia e psicoterapia.

Comecei a pesquisar sobre o autismo a partir daí, quando conversei com uma prima minha, que tem um neto que é autista e me sugeriu que eu procurasse uma neuropediatra que iria me ajudar. Sempre que eu pesquisava sobre o autismo e via os sinais, era como se uma lâmpada tivesse acendido na minha mente. Tipo desenho animado, sabe? Comecei a enxergar Lorenzo com outros olhos.



Fui pra neuropediatra, muito atenciosa, conversou conosco e nos explicou que, de fato, Lorenzo tinha muitas características de autismo, mas não poderia dar a certeza ali pois ele ainda era muito pequeno e precisava que os outros profissionais o acompanhassem para dar o diagnóstico correto.

Todas as semanas, íamos para as terapias e é muito desgastante, pelo menos pra mim. A gente não sabia se ia demorar pra darem uma resposta, se ia ser logo, não sabíamos se ele estava fazendo birra ou era uma crise, sabe? Eram muitas interrogações, mas estávamos fazendo nossa parte que era levar ele para as terapias.

Lorenzo tinha uma psicologa nesse tempo de investigação,que SEMPRE que acabava as sessões, eu questionava se ela via algum traço de autismo nele e ela me respondia que não. Até que um dia, em Dezembro, comecei a ter crises de ansiedade. Foi quando eu disse ao meu pai e meu marido, que eram eles que me acompanhavam, que eu não iria levar mais Lorenzo, já que a psicóloga sempre me dizia que não via nada demais nele. Fui pra clínica já preparada que seria a última vez, doce inocência rsrs. A psicolgoa me pediu pra entrar (Lorenzo sempre ficava sozinho com ela, é o procedimento) e me mandou sentar, imaginei que era pra dizer que ele estava liberado das consultas, foi quando ela disse que Lorenzo tinha muitos traços de autismo (?) e que a partir daquele momento não poderia mais acompanhar ele, que Lorenzo teria que ser acompanhado por uma pessoa especializada. Ali meu mundo caiu... não por causa do autismo, porque no fundo eu já sabia, mas pela psicologa ter nos omitido aquela informação da gente.




Bem, em Janeiro/20 voltaram as terapias e Lorenzo já começou com a equipe especializada. Em Fevereiro ele começou as aulas. É importante eu dizer que eu nunca omiti de ninguém essa suspeita, principalmente da escola, onde ele foi muito bem acolhido, era o mais novo (tinha acabado de fazer 2 aninhos). Apesar de pouco tempo na escola, Lorenzo desenvolveu algumas coisas: aprendeu a "coreografia" da musica do lanchinho mas o que nos chamou mais atenção, foi ele ter aprendido o alfabeto. Sim, ele aprendeu TODO o alfabeto e o pronunciava em português e inglês. Depois foram os números, cores, animais e formas geométricas, sempre nos dois idiomas. Vale salientar que ele não me chamava de mãe, nem pelo pai, vovô, vovó... nada do básico. Ele também decorou falas de filmes, Shrek era o preferido dele. Então, comecei a filmar tudo o que eu achava que eram características do autismo.

Passaram uns meses e em Junho, marquei uma consulta particular com a primeira neuropediatra que o atendeu na primeira vez. Antes de ir, organizei os vídeos, fotos e um relatório da escola para levar pra neuro dar uma olhada e tentar ajudar a fechar o diagnóstico dele.





Fui pra consulta muito confiante que aquela dúvida iria acabar e assim foi. Ela viu os vídeos e analisou o comportamento dele na sala: ele enfileirou os brinquedos, organizou pela ordem das cores (tipo um arco-íris, sabe?), ele sentou em W (eu não sabia que essa era uma característica), ele pediu pra ela abrir uma caixa pra ele só que colocando a mão dela na caixa (também é uma característica o autista levar o adulto para fazer alguma coisa pra ele), essa consulta foi mais de uma hora, antes de finalizar a doutora disse que ele era autista, perguntou como eu me sentia, eu disse que normal pois no fundo eu sempre soube. Eu acho que toda mãe sabe!

E hoje estamos aqui, toda semana terapia, cada semana uma novidade. É bem cansativo mas com a certeza de que estamos fazendo o melhor pra que possa crescer e se desenvolver para que venha se tornar um adulto independente.





Então, é isso. Desculpa o textão, mas foi o máximo que consegui resumir esses 3 anos! Nos acompanhe também no nosso instagram! Beijos e até a próxima :)

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Oi!

 Oi, sejam bem-vindos!

Meu nome é Carla, moro em Pernambuco, tenho 28 anos (em breve, 29!) e sou mãe de um menino lindo chamado Lorenzo! A cerca de 7 meses, Lorenzo recebeu seu diagnóstico em TEA (Transtorno do Espectro Autista) e é sobre isso que se trata esse blog: da nossa jornada com o TEA.

Meu principal objetivo é espalhar informação, compartilhar um pouco da minha experiência (que não é muita, mas acredito que seja capaz de ajudar outras pessoas), conscientizar mais pessoas e assim desmistificar o autismo, que a cada a dia se torna cada vez mais comum porém muitas pessoas ainda não tem acesso a essas informações.

É isso, uma breve apresentação. 

Sejam bem-vindos e espero que continuem aqui comigo!